quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Diferenças entre Amizade e (K)Camaradagem


Amizade e Camaradagem(k) são coisas diferentes. Muito diferentes. O valor de um amigo (a) é infinitamente inferior ao de um ou uma Camarada real.

A amizade nasce do instinto humano, o instinto gregário. O humano sente a necessidade de se juntar aos semelhantes para exercer seu lado afetivo. A camaradagem, pelo contrário, nasce de uma estratégia maior que une um grupo em prol da realização de um objetivo.

As amizades também se mostram extremamente falsas, ainda mais em um mundo onde a fofoca e maldizer andam livres e se tornaram coisas comuns às pessoas ditas "de boa índole". A amizade pode surgir por interesse ou até status, o que é ridículo e, sobretudo, anímico. Existem as amizades ditas verdadeiras, e estas duram mais tempo ou uma vida; mas ainda são reflexos da ação afetiva do ente se agregando aos demais para manter laços sentimentais dentro de uma sociedade.

Enquanto isso, os camaradas - tão raros atualmente - são de outra classe, são de outra ordem. Não agem sentimentalmente, tampouco são egoístas; são justos. Camaradas reais são aqueles que, além de fazerem parte da mesma MÍSTICA, da mesma ÁUREA CARISMÁTICA, estão além das premissas culturais racionais e afetivas; estão além, agindo com graça por algo maior. Camaradas reais dão a vida pelo objetivo e pelos demais camaradas. Na amizade não há isso; quando há, é por sentimentalismo medíocre, sem propósito.

Não digo para não conservar amizades, apenas digo para ponderar qual é mais importante e qual apresenta maior valor. Muito mais vale andar com poucos camaradas a andar cercado por centenas de "animais" com bloqueios-cognitivos, alto grau de desonra, mesquinhez e mentiras. Estes sempre estão aptos à traição, podem tentar destruí-lo pelas costas, o que é inaceitável entre camaradas. Tenha cuidado em quem confiar. Pessoalmente, dou prioridade infinitamente superior a reais camaradas sobre os amigos.

No Valhalla, só estarão os camaradas verdadeiros, e não os cães que se julgam importantes por aqui. Reveja suas prioridades.


Semper Fi!
Auf Wiedersehen!

domingo, 17 de janeiro de 2010

Um pouco de Alquimia com Jung

“A alquimia representa a projeção de um drama ao mesmo tempo cósmico e espiritual em termos de laboratório. A opus magnum tinha duas finalidades: o resgate da alma humana e a salvação do cosmos...”. Esse trabalho é difícil e repleto e obstáculos; a opus alquímica é perigosa. Logo no começo, encontramos o “dragão”, o espírito ctônico, o “diabo” ou, como os alquimistas o chamavam, o “negrume”, a nigredo, e esse encontro produz sofrimento... Na linguagem dos alquimistas, a matéria sofre até a nigredo desaparecer, quando a aurora será anunciada pela cauda do pavão (cauda pavonis) e um novo dia nascer, a leukosis ou albedo. Mas nesse estado de “brancura”, não se vive, na verdadeira acepção da palavra; é uma espécie de estado ideal, abstrato. Para insuflar-lhe vida, deve ter “sangue”, deve possuir aquilo a que os alquimistas denominavam de rubedo, a “vermelhidão” da vida. Só a experiência total da vida pode transformar esse estado ideal de albedo num modo de existência plenamente humano. Só o sangue pode reanimar o glorioso estado de consciência em que o derradeiro vestígio de negrume é dissolvido, em que o diabo deixa de ter existência autônoma e se junta à profunda unidade da psique. Então, a opus magnum está concluída: a alma humana está completamente integrada.” (Carl Gustav Jung: Entrevistas e Encontros, Editora Cultrix).

Ressalvando a questão semântica de "alma/espírito", podemos entender o que Jung coloca nesse texto: é a transmutação final do ser em Ser-Completo, das runas Yr e Man, da runa não-criada que é Hagal e esse processo é alcançado pela lembrança profunda do Sangue; a canção que vem de outros mundos sendo sussurrada pelos Deuses integrados no mistério do espírito.

O combate ao criador - chamado de "diabo" no texto - e o sofrimento.
Nigredo

Eis que a aurora vem com a cauda do Pavão - Pavo Cristatus - trazendo o Albedo. Na Índia, o Pavão é o veículo de Kartikeya, o filho de Shiva que comanda o exército de todos os Deuses.
Pavo Cristatus


O último estágio dessa transmutação se dá através do
SANGUE, e de sua vermelhidão incorruptível. Através da memória do sangue a operação se conclui e o inimigo primordial é superado. Nigredo, Albedo e Rubedo.
Memória de Sangue
Nigredo, Albedo e Rubedo


O Homem total, o Homo Coelestis (Homem Divino), a transmutação completa, a ressurreição.

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Galdrabók (Livro)

           Segue um ótimo estudo de Stephen Flowers junto com o Galdrabók, antigo grimório islandês que usa de magia rúnica. É interessante analisar a evolução e o processo histórico do desenvolvimento mágico na Islândia e como o paganismo foi sendo "infiltrado" pelos elementos judaico-cristãos chegando ao ponto de igualar o Valhöll (Walhalla) ao Inferno cristão ou, ainda, Óddhin (Woden, Wotan) a SATANÁS. 

           Muita coisa do Grimório, em especial, deve ser filtrada. Vale a pena observar a construção dos signos rúnicos (bindrunes) .

Galdrabók                                                                                                                                     

sábado, 9 de janeiro de 2010

Geometria com ursos (Geometria Não-Euclidiana)

Partindo de um certo ponto da Terra, um caçador andou 10 Km para Sul, 10 Km para Leste e 10 Km para Norte, voltando assim ao ponto de partida. Aí encontrou um Urso.

Qual a Cor do Urso?

À primeira vista, podemos pensar que o problema não tem solução e, portanto, o caçador não voltaria ao ponto de partida, como mostra o seguinte esquema:
No entanto, não nos podemos esquecer de que a Terra não é uma superfície plana, mas curva.

Assim a solução está à vista: Andando 10 Km segundo aquelas 3 direcções perpendiculares, o caçador só voltará ao ponto de partida se iniciar a sua caminhada no Pólo Norte.

E o Urso? Como a história decorre no Pólo Norte, só pode ser um Urso Polar e, por isso um urso branco.

Toda a dificuldade em solucionar este problema passa pelo facto de pensarmos na Geometria sobre um plano. Desde o século passado, com o aparecimento da Geometria Não Euclediana, surge uma nova solução para este problema.

Pensemos então que o caçador está no Pólo Sul e a Terra possui círculos concêntricos, com diferentes comprimentos. Um desses círculos terá 10 Km de comprimento então, qualquer ponto, situado a 10 km para norte desse círculo, satisfará as condições do problema inicial: o caçador anda 10 km para Sul e chega a esse circulo; anda 10 Km para Leste e dá uma volta completa; ao andar 10 Km para Norte volta ao ponto de partida.

Nesta nova solução está a mais o Urso: não existem ursos no Pólo Sul. Mas eles também não têm nada a ver com a Matemática.


FONTE

quinta-feira, 7 de janeiro de 2010

Solidão (por Carl Gustav Jung)


"Quando criança, sentia-me solitário e o sou ainda hoje, pois sei e devo dizer aos outros coisas que aparentemente não conhecem ou não querem conhecer. A solidão não significa a ausência de pessoas à nossa volta, mas sim o fato de não podermos comunicar-lhes as coisas que julgamos importantes, ou mostrar-lhes o valor de pensamentos que lhes parecem improváveis."
- Carl Gustav Jung em "Memórias, Sonhos e reflexões"

 

terça-feira, 5 de janeiro de 2010

Ser Dissidente (Juan Pablo Vitali) - Poema


O seguinte poema foi traduzido por mim do espanhol para o português. A versão original encontra-se no fim da postagem.


Ser Dissidente

Juan Pablo Vitali

Ser dissidente, é levar uma espada de luz, pelos labirintos da idade obscura

Ser dissidente, é sentir a cada passo a solidão da estirpe, apertando nossos corações.

Ser dissidente é optar pelas alturas, e também pelos abismos.

Ser dissidente, é se lançar sobre o aço desnudo da espada.

Ser dissidente, é voltar sempre às cidades perdidas.

Ser dissidente, é ter perdido o sol de Atlântida e recuperá-lo nos distantes gelos do Sul.

Ser dissidente é ver o rosto de osso de nossos mortos, como um espelho branco nas trevas cotidianas.

Ser dissidente, é discordar dos deuses, se estes, nos são adversos.

Ser dissidente, é ocupar as ruas, até dominá-las.

Ser dissidente, é mármore, o músculo, a pedra, o fogo, a montanha e os caminhos.

Ser dissidente, é o último lobo da Europa na caverna, a águia adormecida nas alturas, o cervo bramindo, na profundidade dos bosques.

Ser dissidente, é dormir sobre punhais e despertar iluminado pelos olhos das crianças, de Dresden, de Berlín, e de Hiroshima.

Ser dissidente, é sitiar o tempo do silêncio, com bandeiras que estalam aproximando-se do vento.

Ser dissidente, é ser sempre o último a retroceder, e o primeiro a avançar.

Ser dissidente, é ser o último homem de pé, se for necessário, com o Sol como testemunha, e a chama eterna dos nossos pela bandeira.